Pré-sal e Educação

Em razão da revolução tecnológica trazida pelo gás de xisto, vejo, como uma forte possibilidade, que o "nosso petróleo" da pré-sal vire um "mico" por boas décadas. 

O mais incrível é que por aqui os "luminares" do Governo, Congresso (e da própria sociedade) estão preocupados em "como repartir o bolo"!Pergunto que bolo?

A esse respeito, vejo no Estadão de hoje: "Pré-sal renderá R$ 134,9 bi à educação". Uau, como diria Mané Garrincha, "só falta combinar com os russos!" 

Ainda no referido texto: "As estimativas de produção e lucros dos royalties do pré-sal foram traçadas pela consultoria legislativa de Recursos Minerais, Hídricos e Energéticos da Câmara. Pelo texto aprovado, 75% do montante fica com educação e o restante, com saúde — R$ 44,9 bilhões". 

Como essa tal consultoria legislativa fez esses cálculos? Que premissas utilizou?

Celebração?

No exterior e no Brasil, celebração!

Há poucos dias, na coluna de Elio Gaspari (FSP), apareciam coisas como: "Grande dia na história da imprensa"; "Dono da Amazon comprou o Washington Post e se fizer com ele o que fez com os livros, começou a festa".

Menos!! A prudência recomenda ir devagar com o andor....

Entre os incríveis negócios de Bezos, há a Divisão de Cloud Computing (computação nas nuvens), ou Amazon Web Services.

Operando desde 2006, essa divisão já atua em cerca de 190 países e tem milhares de clientes. Segundo a Morgan Stanley, faturou US$ 2 bi em 2012, valor que pode chegar a US$ 24 bi em 10 anos.

Entre esses clientes, há um peso-pesado: o governo americano. A Amazon já trabalha para cerca de 300 agências do governo: Depto de Saúde, Depto do Tesouro etc.

E , como não podia deixar de ser, tem (ou está em vias de ter) contratos de grande envergadura com as agências de segurança e espionagem americanas.Em particular, um recente, da CIA, disputado por Amazon e IBM, vale US$ 600 milhões.

Só esse contrato é quase 2,5 vezes o valor pago pelo Washington Post (US$ 250 milhões).

Então, muitas questões emergem. Os conflitos de interesse podem ser inúmeros. Será possível ao Post conservar sua isenção e repetir façanhas como nos casos Watergate e, mais recentemente, Snowden (este em conjunto com The Guardian)??

Também pode o maior varejista virtual do mundo — detentor de dados cadastrais (inclusive  confidenciais de cartão de crédito), e de preferências de milhões de clientes, mundo afora — ser, ao mesmo tempo, detentor de grandes contratos com a comunidade de informações??

Ao lado, matérias no Estadão (06/08) e Valor (13/06 e 07/08).

Mais uma vez, o Brasil na contramão da história....

Em excelente artigo (FSP, 29/07/2013), Roberto Rodrigues demonstra claramente os riscos para o Brasil, decorrentes do Acordo de Livre-Comércio Estados Unidos - União Européia, cujos estudos para criação já se iniciaram no mês passado.

Esse acordo, por gerar uma profunda modificação nos padrões atuais do comércio agrícola, deve afetar diretamente o Brasil Agro.
Alguns trechos:
- "E não são só (a nos afetar) as concessões tarifárias (ou até mesmo  a completa liberação de tarifa): temas como patentes, denominações de origem, medidas sanitárias e fitossanitárias, padrões de bem-estar animal e outros mudam radicalmente o cenário atual. E tem mais: aquecimento global, emissão de gases de efeito estufa e o velho tema do ambiente ou da sustentabilidade também podem surgir como novas barreiras não tarifárias, ajudando a perturbar ainda mais as relações comerciais na agricultura".
- "Mas 23% das nossas exportações do agro vão para a Europa, e competimos com os americanos em soja, carnes, produtos florestais e açúcar. Podemos perder posição. E para os Estados Unidos vão 7,3% do total exportado pelo Brasil, inclusive café (é que a União Europeia vende café torrado e moído para eles). Enfim, há riscos no horizonte e precisamos estar atentos".

Agora o Brasil avalia como reagir. É o problema de sempre! Depois de ser atropelado, pensa de que forma pode reagir. As "mentes periféricas" do governo brasileiro não sabem se antecipar ou enxergar estrategicamente. E quando buscam fazê-lo, erram no diagnóstico, no planejamento e na execução. Complicado!

Credibilidade da Microsoft em declínio...

Mais uma vez, The Guardian dá um show de jornalismo de qualidade, apresentando, nesta 6a.f., matéria com detalhes da colaboração, por parte da Microsoft, para que a NSA pudesse acessar, em larga escala, conteúdos, inclusive criptografados, de diversas naturezas e fontes (Outlook, inclusive Hotmail, Skype, a nuvem Skydrive, com 250 milhões de usuários etc.)

A Microsoft, por seu lado, enfatizou seu compromisso com a privacidade no slogan: "Sua privacidade é nossa prioridade".

Bem, sem comentários!!

Vale a pena ver....

Vale a pena ver o vídeo de O Globo, onde o grande jornalista Glenn Greenwald explica como Edward Snowden o contactou e tudo o que sucedeu...
http://oglobo.globo.com/videos/t/todos-os-videos/v/o-conto-de-fadas-que-tirou-o-sono-de-obama/2675341/

Não há nenhuma dúvida!

Finalmente, emerge o óbvio: também o Brasil é alvo de monitoramento da NSA, agência de espionagem americana, no seu vasto programa de "rastreamento de ameaças" em nível mundial. 

Programa no qual, diga-se, conta com a diligente colaboração das gigantes da Internet (Google, Facebook, Microsoft, Yahoo, Aol e Paltalk, pelo menos).

É um fato que os brasileiros adoram as redes sociais, não é verdade? Então é melhor ter mais senso crítico! 

Se o conhecimento do monitoramento causar alguma indignação a quem lê essa postagem (e acredito que deveria), passar a prestigiar uma rede social não norte-americana pode ser uma alternativa, já que o "Big Brother" está exorbitando de suas "auto-atribuídas" funções de "xerife do planeta". 

Quem tiver conhecimento sobre uma nova rede, independente, que dê a dica!

Acima, notícia a respeito no Estadão de hoje. Vamos ver o que o nosso "Patriota" do Itamaraty vai fazer de efetivo!!

POR UMA NOVA CONSTITUIÇÃO!

No fim e ao cabo, no país onde está tudo invertido, é preciso que haja uma mudança radical na forma de entender e fazer “política” e “administração pública” no país.


Essa reforma deve abranger todos os Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), e todas as instâncias (federal, estadual e municipal)!!

Uma Verdadeira Democracia (com M maiúsculo), uma Nova Constituição, com um principio simples: os políticos e a burocracia é que devem trabalhar pelo povo, e não o contrário!!

Tarefa para uma década, que deve ser conduzida de fato pela sociedade civil, sem delegar nada aos políticos. E esse é um processo árduo, que não tem atalhos, mas tem que ser feito pelos cidadãos.É preciso que os cidadãos se mantenham "acordados" daqui por diante, sem trégua!!

Na foto ao lado, o Prof. Emérito da USP, Carlos Guilherme Mota fala a respeito, no Estadão de hoje.

Um racha abissal no PT!

Ao lado matéria do Jornal Valor em 17/06/2013, confirmando o que modestamente previmos em 01/06/2012, em postagem neste blog (e enquanto a sociedade tupiniquim ainda permanecia anestesiada): um grande racha no PT. 

O texto dizia: "....e, mais à frente, descontrole e insucesso econômico, bem como resultados eleitorais insatisfatórios para as prefeituras, farão com que a companheira não tenha outra saída senão romper com o companheiro".

Não foi tão mal o resultado eleitoral de 2012 para o mencionado partido, mas de resto a coisa promete ser bem pior: uma crise, econômica, social e moral, sem precedentes!!

http://truesandlies-celso.blogspot.com.br/2012/06/um-racha-abissal-no-pt.html

A coisa pega fogo!!

Tanto o Washington Post como The Guardian apresentaram hoje a identidade da fonte do escândalo NSA leak: Edward Snowden, com apenas 29 anos. Ele revelou, de forma bastante corajosa, as patéticas lambanças da National Security Agency e, por tabela, de todo o Governo Obama, rastreando e combinando dados (de muitas fontes diferentes) de cidadãos comuns, em defesa da assim chamada "segurança nacional".

Há respaldo judicial formal na ação da NSA, mas é muito discutível a sua legitimidade: pela legislação específica vigente, os juízes não aprovam investigações de indivíduos definidos (ou seja, suspeitos) mas sim de "categorias de vigilância". 

Isso permite que qualquer um (literalmente qualquer cidadão) caia na "malha fina do NSA" e tenha sua vida totalmente vasculhada (cidadão de qualquer parte do mundo). Basta que os "patrulheiros de plantão no NSA" assim resolvam! E esses patrulheiros podem inclusive ser provenientes do próprio setor privado: Snowden por exemplo é um jovem (29 anos!) analista de infraestrutura da Booz Allen Hamilton alocado para a NSA do Havaí!!

Complementando o infame quadro, colaboraram ativamente na iniciativa, suprindo todas as bases de dados requisitadas e facilitando a tarefa da NSA (pela criação de ambientes de acesso especiais), as gigantes da Internet: Facebook, Google, Microsoft, Yahoo, Aol e Paltalk, pelo menos. Empresas certamente muito ciosas de suas responsabilidades na defesa da segurança nacional!

Nesses meses, com outros escândalos que têm vindo à tona, o governo Obama está se complicando de forma acelerada.  E isto pode ser só o começo de uma crise de maior proporção, a solapar a nação americana, que prevejo para 2014-2015.

Em postagem anterior, em 14/11/2012 (http://truesandlies-celso.blogspot.com.br/2012/11/obama-sabia.html), tinha chamado Obama de "homem de sorte", abençoado que foi pelos astros até final do ano passado (o que inclui a sua bem-sucedida reeleição). 

A partir de agora, sua vida pode ficar infernal. Não estão faltando motivos! Por sinal, na citada postagem, e numa seguinte, em 24/02/2013 (http://truesandlies-celso.blogspot.com.br/2013/02/curiosamente-muito-pouco-se-publicou-o.html), falo do trapalhão David Petraeus, diretor da CIA (outra agência com um considerável passivo de abusos) até final do ano passado. Como ficaram as investigações sobre os deslizes do general? Ou isso não é importante para a segurança nacional?

FBI pressiona por escuta em comunicação telefônica por computador!

No Washington Post, em excelente artigo no Wonkblog (17/05), Timothy Lee alerta: o FBI busca poder legal para monitorar comunicações telefônicas privadas via Internet.

A agência quer forçar os Provedores desses serviços online a "incrementar" os seus produtos, dotando-os de recursos de escuta e captura de conteúdo, mesmo em conexões realizadas diretamente entre dois computadores (peer-to-peer mode), sem portanto passar por um servidor central da empresa provedora.

Boa ideia para monitorar os bad guys? Nem tanto. Segundo especialistas, pode ser um tiro no pé, por duas razões: i. o pessoal que quiser se livrar da vigilância vai acabar achando meios de modificar o software em seus computadores, desativando o recurso da escuta; ii. pior ainda, os hackers e congêneres podem se aproveitar dos "novos recursos" para praticar escuta, não só no caso de pessoas físicas e empresas, mas inclusive nas próprias agências governamentais!!

Tempos complicados! o Big Brother (no sentido orwelliano) quer avançar, controlar mais e mais. Por outro lado, os cidadãos estão cada vez mais acuados, pela sua privacidade invadida!

No final dos dia, se a coisa for em frente, os hackers é que serão os vitoriosos, pela "ampliação de mercado" conseguida.

em

A Grande Hipocrisia

Em vez de contribuir de fato para a melhoria das péssimas condições de trabalho em Bangladesh e outros países da região (via destinação de parte de seus milionários lucros aos licenciados e via fiscalização da correta aplicação desses recursos), a Disney (e outros licenciadores poderosos) faz exatamente o contrário: suspende a produção naquele país, assim como em quatro outros, até abril de 2014, prejudicando ainda mais as suas combalidas economias !!

As mais de 400 vítimas (para falar só do último acidente) agradecem! 

Esta é a "visão" das grandes corporações atuais. Passaram-se vários anos desde o início das operações na região e "só agora, após sucessivos acidentes, os luminares descobriram as condições sub-humanas de trabalho dos operadores locais"!!!

A alegação de que "nada sabiam" lembra o discurso recorrente de um certo político tupiniquim (mas essa é uma outra história).

Parece que a lógica pós-moderna é essa: Em vez de assumir a responsabilidade de contribuir para a melhoria das condições dos trabalhadores locais, criam-se normas rígidas de qualidade dos produtos licenciados, exigem-se preços baixos e o resto...que se lasque.

E ainda essas corporações têm a cara de pau de induzir o público a acreditar que elas nada sabiam, ou que os licenciados trabalhavam sem autorização etc. etc.

Vejam um dos muitos links sobre o assunto: http://www.usatoday.com/story/news/world/2012/11/28/bangladesh-fire-walmart-disney-sears/1731225/

Um pouquinho de sensatez!

Dentro da insensatez geral que assola o país, até que enfim, vejo uma ideia sensata, da qual o país jamais deveria ter abrido mão no passado! 

Hoje o eleito toma posse em um dia e, no dia seguinte, já começa a trabalhar por sua reeleição!! (bom para ele, péssimo para o país!).

E tem mais: o mandato deveria ser de 6 anos (e não de 5), dando mais tempo ao eleito (se bem-intencionado) para de fato fazer um governo decente. 

Como controlar um mal-intencionado que se instale no poder por 6 anos? Via, por exemplo, mecanismos de plebiscito no 3o. ou 4o. anos, com possibilidade de ser tirado do cargo.

Dessa forma, o presidente (ou governador, prefeito) serviria o país e não mais "se serviria do país".

Microsoft dá show de incompetência!!

Como usuário e desenvolvedor na plataforma Microsoft, há mais de 20 anos, venho colecionando crescentes problemas ao utilizar os produtos da empresa.

Mas a gota d´água foi essa ridícula "atualização" do Windows 7, disponibilizada em 10/04, que prejudicou um grande número de empresas em todo o país.

E não adianta a Microsoft argumentar que o release não causou danos físicos aos computadores, pois a questão não é essa. É sim o tempo perdido, a incerteza sobre o que podia acontecer e sobre o que fazer, a necessidade de postergar trabalhos e cancelar compromissos etc. etc.: no meu caso, dois dias de trabalho perdidos por toda uma equipe. 

E agora Microsoft? Como vai reparar isso?

Quanto a Bill Gates, melhor faria se, em vez de suas patéticas incursões por áreas onde nada entende (projetos sociais, benemerências e por aí afora) — que, diga-se, só servem para massagear o seu pequeno ego — melhorasse, em muito, os produtos e serviços a seus clientes!! Coisa que, por sinal, seu preposto Balmer não vem conseguindo.

É isso, Bill Gates: em vez de fazer falsa benemerência, aplique os seus recursos para evitar que sua empresa faça essas monumentais lambanças, aproveitando também, entre muitas outras coisas, para reduzir os seus, por vezes absurdos, preços aos usuários e desenvolvedores!! Isso sim seria contribuir socialmente!

É

... rastreado pelo seu próprio Smartphone!!

Em interessante matéria divulgada hoje, o Business Insider alerta: "você está sendo rastreado pelo seu smartphone de formas que jamais imaginou!"

Justin Cappos, expert em segurança cibernética, assinala que aplicações pré-instaladas (e baratas) podem monitorar o seu "comportamento móvel", em vez de simplesmente mantê-lo entretido (que é o objetivo declarado desses aplicativos).

Essa informação (de onde você está, por onde passou etc.), cruzada com outras bases de dados, pode ter significativo valor comercial. Dessa forma, o "deslumbrado" usuário de um smartphone, com todos os "atrativos" que ele oferece, pode na verdade estar, sem saber, fornecendo informações mercadológicas preciosas, sobre seus hábitos de locomoção e consumo!

Isso para não falar da possibilidade de ser rastreado por hackers e outros mal-intencionados.

Dessa forma, "low profile" é a conduta recomendada.

Vale a pena ver o vídeo.

http://www.businessinsider.com/smartphone-privacy-concerns-2013-4?nr_email_referer=1&utm_source=Triggermail&utm_medium=email&utm_term=Business%20Insider%20Select&utm_campaign=Business%20Insider%20Select%20Mondays%202013-04-01&utm_content=emailshare

Autoritarismo corporativo I

Do mesmo modo que decidiu lançá-lo em 2005, o Google resolveu, de modo intempestivo, retirar do ar o Google Reader, certamente orientado por uma análise econômica limitada e míope.

Isso gerou protestos no mundo todo, já que muitas pessoas, profissionais liberais e empresas contavam com o Reader para aglutinar, em um só report, notícias e dados de várias fontes.

Sem precisar pesquisar muito, vi várias análises sobre isso na Economist e no New York Times (blog do Paul Krugman).

A questão chega a ser grave: o Google veio, ao longo de vários anos, provendo e oferecendo gratuitamente infraestrutura pública de TI, inclusive para uso acadêmico. Mais recentemente, tornou-se uma empresa de capital aberto, sujeita à ditadura dos mercados, a do lucro trimestral elevado ou do presidente demitido.

Afirmo que a análise econômica estrita do resultado do Reader, que levou à sua desativação, é "burra" no sentido em que lança dúvida, no potencial usuário, sobre a adoção de qualquer nova "ferramenta mirabolante" ofertada pela empresa. Vai o prospectivo usuário correr o risco de estruturar a sua atividade diária encima de um recurso baseado na web que, sem mais nem menos, pode ser desativado?

Chamo a isso de "uma das muitas formas de autoritarismo corporativo" pois as grandes corporações de hoje em dia, principalmente as de TI, se acham acima do bem e do mal. 

Cabe aos seus usuários a tarefa de mostrar-lhes que não é bem assim!

york

O alerta de Paul Krugman!

No New York Times de 07/03, Paul Krugman alerta: juros baixos e bolsa em alta não são sinônimos de recuperação. Acrescento eu: nem tampouco índices recentes de desemprego, favoráveis.

Na verdade, a coisa é bem mais complexa: i. com juros baixos, o dinheiro fica com menos opções e tende a migrar para a bolsa; ii. a austeridade fiscal do governo, induzida principalmente pelos republicanos, em vez de uma solução, é mais um problema (o que importa não é ser austero, mas sim aplicar bem o dinheiro); iii. os lucros das corporações tem sido elevados, mais pelos seus ganhos de produtividade que por sua escala de operações; iv. o consumidor, a exemplo da maioria dos outros agentes, públicos ou privados, continua tentando gastar menos do que arrecada.

Dessa forma, fica difícil enxergar recuperação consistente. Como já falei em postagem anterior, pode haver um período de otimismo, por alguns meses, mas isso tende a se revelar mais à frente como um "falso otimismo".

Também o Prof. Krugman desnuda os chamados "sacerdotes", os "experts" do mercado financeiro e das consultorias, que na verdade tentam impingir como "verdades", para a opinião pública, meras manifestações de suas preferências pessoais. Vale a pena ler.

A imprensa esqueceu, mas eu não...

Curiosamente, muito pouco se publicou  neste ano sobre o escândalo "Jill Kelley / David Petraeus / Paula Broadwell e outros", mesmo no US.

O assunto foi revelado apenas uma semana após a eleição de 06/11, e estranhamente não respingou no companheiro Obama. Homem de sorte esse Obama. Isso porque é difícil acreditar que ele nada sabia (há meses o FBI investigava o assunto, bem antes da eleição portanto). 

Além disso, envolve segurança nacional, e não fica bem saber que este tema podia estar sendo misturado, por alguns generais, com atividades pouco edificantes.

Vamos continuar acompanhando.

nada

É preciso (insistirmos em) falar o óbvio!!

Aos beneficiários da globalização (normalmente as grandes corporações), mas também aos seus "inventores", incentivadores e sistematizadores, cabe agora o ônus de resolver os graves problemas dela decorrentes: crises econômicas com alto poder de propagação, desequilíbrio ambiental, conflitos políticos e muito mais!!

A coisa ficou tão interconectada e complicada que nenhum país, por mais poderoso que seja, consegue resolver esses problemas sozinho, mesmo que se pense em uso da força militar! Por que? Porque os problemas transcendem as esferas nacionais, e tem múltiplos impactos, difíceis de prever.

Então é simples assim: na hora da ganância e do atendimento de interesses opacos, todos se lançaram com determinação para colher os frutos da globalização. Por decorrência, faltou visão de longo prazo e ponderação. Sobrou irracionalidade.

Agora enormes problemas de desorganização e desequilíbrio global se apresentam. Moralmente, cabe aos luminares "inventores" da globalização resolvê-los! Como eles não vão conseguir, que tal começar por abandonar o maquiavelismo e o interesse particular e começar a pensar cooperativamente? 

Mas cuidado! Isso não é meramente bom-mocismo, nem é tão simples assim! É preciso liderança de valores e principalmente inteligência. Mas não qualquer inteligência: é necessário aprender a visão sistêmica das coisas (resolver problemas localizados é mais fácil, pensar no conjunto é muito mais complexo).

Sobre o assunto, Moisés Naím publica interessante artigo ("O G-20 é um triste sinal de um mundo não cooperativo") no Financial Times de hoje.

E o tempo esquenta um pouco mais!

Já postamos algumas vezes sobre esse assunto. 

Aumentam as chances de um conflito China x Japão.

As consequências para a economia mundial são difíceis de prever.

(ao lado nota da Reuters, distribuída hoje).

Bancos de Investimento e empresários "espertos"!

Em excelente artigo, Steven Davidoff (Deal Book, NYT, 30/01/2013) alerta: "Se você não sabe quem é o idiota na situação, é provável que seja você!!".

O artigo retrata a turbulenta história da venda, no ano 2000, da Dragon (sistemas de reconhecimento de voz), criada pela família Baker, para uma empresa belga, por U$ 580 milhões. Nesse negócio, o Goldman Sacks assessorou a família, como Investment Banker. 

Pressa, agendas ocultas, lambanças e atores inspirados pela "lei de Gerson" resultaram em uma sucessão de eventos desastrosos, com a descoberta, um ano depois, de uma incrível fraude contábil pela empresa belga.

Não é preciso dizer o que aconteceu com os Bakers! Eles acabaram processando todos os envolvidos, inclusive o Goldman, no seu papel de assessor. Contudo, não ganharam a disputa legal, recentemente decidida pelo juri em um julgamento com duração de 16 dias. Duas lições, pelo menos: 1) Cuidado com os Bancos de Investimento!; 2) Um cliente não pode pretender que um Banco de Investimento o proteja de suas próprias idiotices!

Devagar com o andor!

Já leio, entre os artigos recentes de analistas econômicos, que os pessimistas terão que adiar suas previsões de pouso forçado da China. Pode ser! Talvez no curto prazo, até meados desse ano, um pouco mais. Mas é melhor ir devagar com o andor!

De acordo com a matéria ao lado (Estadão de hoje), a agência de avaliação de risco Fitch Ratings alerta que a expansão
monetária de 2012 evitou o pouso forçado da economia chinesa,
mas elevou a quantidade de crédito na economia a novos patamares. 

E com dois agravantes: 1) os empréstimos concedidos fora do sistema bancário (o chamado "shadow financing") cresceram mais rapidamente que o crédito tradicional no ano passado e já representam 48% do total. Em 2002, o porcentual era de 2%! 2) muitos dos novos produtos financeiros funcionam de maneira semelhante a um “esquema Ponzi” (retorno garantido pelos recursos de novos investidores e não pela rentabilidade da aplicação)!!

Vamos acompanhar. (Quando todos usam helicópteros e assemelhados, é preciso lembrar que pode não haver heliportos suficientes!) 

Possível erro do FED á vista?

No Business Insider, analista do Morgan Stanley fala de um receio, percebido em Davos, em conversas com muitos investidores: o de que o FED surpreenda a todos e comece a elevar os juros diante de uma suposta recuperação econômica (como fez em 1994).

Se assim o fizer, o FED não estará enxergando mais que um palmo adiante do nariz e poderá complicar mais ainda a já complicada situação mundial.

Com base nas técnicas de astrologia financeira, pode-se ver um possível otimismo generalizado em meados de 2013 (o que talvez leve o FED a agir como receado). Contudo, isso seria temporário, sendo previsto que, em 2014/2015, os Estados Unidos deverão ingressar em um novo período de crise.

Vamos acompanhar!

Cresce o "shadow financing"!

No já opaco sistema financeiro chinês, um novo ator emerge, talvez não muito ilustre: o corretor de valores, assumindo o controle de fundos que os bancos não querem em seus balanços, e passando a exercer a atividade de financiamento à margem do sistema oficial.

É o chamado "shadow financing", cujo montante aumentou cerca de 600% em 2012, de acordo com o Financial Times, em 27/01.

Mais riscos à vista!! Vamos acompanhar.

Segurança de vôo.

A alemã Jacdec (www.jacdec.de), especializada em segurança de voo, atua desde 1989, compilando e classificando ocorrências desse tipo, relativas a companhias aéreas no mundo todo, e confrontando-as com Km voados, passageiros transportados e outros indicadores.No ranking de 2012, que considera ocorrências desde 1983, e entre 60 Companhias, vejam só onde ficaram as brasileiras Gol e Tam: 57o. e 59o. lugares respectivamente!! Admirável!

(nota sobre isso foi publicada no Uol Notícias em 11/01/2013)

Escassez de água: um problema cada vez mais citado por órgãos de inteligência!

A China, país com crescentes ambições de liderança hegemônica, defronta-se com um problema até mais grave que poluição ambiental, redução de áreas aráveis, destruição de florestas e outros.

Trata-se da escassez de água, problema já antigo, mas que agora se agrava exponencialmente, dado o estratosférico patamar atingido pela população — 1,34 bilhões de pessoas — e o rápido e desordenado crescimento econômico dos últimos 20 anos.

Apenas alguns dados:

- Com 19% da população mundial, a China possui apenas 6% da água doce do planeta;
- Os problemas de água são profundos e complexos, com várias causas: rápido esgotamento dos grandes reservatórios subterrâneos; erosão, desmatamento e assoreamento dos rios; deterioração da infraestrutura de irrigação; poluição dos rios e lençóis freáticos etc.;
- O rápido crescimento econômico pressionou a água, deixando a China com apenas 0,08 hectares de terra arável per capita,uma das médias homem-terra mais baixas do mundo.

Dessa forma, a China, apesar de sua grandeza e potencialidades, tem vulnerabilidades importantes e é externamente dependente (de países como o Brasil, por exemplo).

Na minha visão, não costuma "dar boa coisa" quando alta dependência de recursos externos se combina com nacionalismo e poder econômico crescentes! Vamos acompanhar.

Tudo isso e mais no excelente caderno Planeta (Estadão, 25/07/2012), em matéria escrita pelo brilhante pesquisador Norman Gall, por 6 semanas estudando o assunto na China.

Recuperação americana??

Legado republicano (de corte de impostos), crise de 2008 e, em certos casos, má gestão dos prefeitos vêm fazendo muitas cidades americanas afundarem em dívidas, chegando, às vezes, a becos sem saída. 

Este é o caso de San Bernardino, a terceira cidade da California a se declarar inadimplente, em agosto de 2012. 

Como curiosidade, lá é que os irmãos McDonald abriram sua primeira lanchonete.
Ao lado, matéria publicada no Estadão há alguns dias, tradução de artigo da excelente Der Spiegel.

Brasil, um verdadeiro benchmark em atrasos!!

É verdade que nossa especialidade são os atrasos, não é novidade. 

Mas penso que, no caso retratado no Estadão de hoje, o país se superou!

Não tem pra ninguém! 

A gestão do projeto como um todo é perfeita! Afinal, 9 das 27 turbinas da Hidrelétrica Santo Antonio já estão funcionais, mas as linhas de transmissão não (seja por atrasos físicos ou relativos a licenças ambientais)!