Mesmo sem fazer uma análise aprofundada, é possível ver o tamanho do enrosco em que a Petrobrás se meteu, decorrente única e exclusivamente de suas próprias ações ao longo do tempo.
Na sua estrutura organizacional, além de outras, há duas áreas importantes: 1) a de Exploração e Produção de óleo bruto; 2) a de Abastecimento, que assegura o suprimento de combustíveis para o mercado interno.
Enquanto a primeira teve resultado positivo no 2o. trim deste ano, de R$ 10,7 bi (e de certa forma prejudicado pela queda do preço do barril no mercado internacional), a segunda teve forte prejuízo (R$ 7,0 bi), neutralizando quase que totalmente o esforço da primeira área.
Por quê?
Porque a Petrobrás não tem estrutura própria de refino suficiente para atender o aumento da demanda de combustíveis observado nos últimos anos, o que a obriga a importar gasolina (cerca de 15% do que coloca à disposição do mercado interno), diesel e, pasmem, inclusive álcool (cuja produção ficou "a cargo" do setor privado, que acabou não investindo o planejado, principalmente em razão da crise mundial a partir de 2008)!
Como o Real se desvalorizou em relação ao U$, essa conta ficou explosiva, gerando o prejuízo citado.
O mais espantoso é ver que a Estatal parece ter deixado de se preocupar com refino de gasolina, não inaugurando nenhuma refinaria por mais de 30 anos (isso mesmo, desde a época do Governo Figueiredo!).
A duras penas, não se sabe quando, deve entrar em operação a Refinaria Abreu e Lima, a um (módico) custo três vezes maior que similar internacional. (ver matéria ao lado, Estadão de hoje)
Isso configura uma total inépcia para o raciocínio estratégico (e principalmente de contingência), para a articulação de ações com os Governos Estaduais e Federal e para a operação eficaz (que é um conceito muito diferente de uma mera operação eficiente).
Em conclusão, em vez de Planejamento Estratégico, a Estatal cometeu "Esquecimento Estratégico".
Quem vai pagar essa conta??
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