domingo, 5 de agosto de 2012

Barril de pólvora!!

Mesmo sem fazer uma análise aprofundada, é possível ver o tamanho do enrosco em que a Petrobrás se meteu, decorrente única e exclusivamente de suas próprias ações ao longo do tempo.


Na sua estrutura organizacional, além de outras, há duas áreas importantes: 1) a de Exploração e Produção de óleo bruto; 2) a de Abastecimento, que assegura o suprimento de combustíveis para o mercado interno.


Enquanto a primeira teve resultado positivo no 2o. trim deste ano, de R$ 10,7 bi (e de certa forma prejudicado pela queda do preço do barril no mercado internacional), a segunda teve forte prejuízo (R$ 7,0 bi), neutralizando quase que totalmente o esforço da primeira área.


Por quê?


Porque a Petrobrás não tem estrutura própria de refino suficiente para atender o aumento da demanda de combustíveis observado nos últimos anos, o que a obriga a importar gasolina (cerca de 15% do que coloca à disposição do mercado interno), diesel e, pasmem, inclusive álcool (cuja produção ficou "a cargo" do setor privado, que acabou não investindo o planejado, principalmente em razão da crise mundial a partir de 2008)!


Como o Real se desvalorizou em relação ao U$, essa conta ficou explosiva, gerando o prejuízo citado.


O mais espantoso é ver que a Estatal parece ter deixado de se preocupar com refino de gasolina, não inaugurando nenhuma refinaria por mais de 30 anos (isso mesmo, desde a época do Governo Figueiredo!).


A duras penas, não se sabe quando, deve entrar em operação a Refinaria Abreu e Lima, a um (módico) custo três vezes maior que similar internacional. (ver matéria ao lado, Estadão de hoje)


Isso configura uma total inépcia para o raciocínio estratégico (e principalmente de contingência), para a articulação de ações com os Governos Estaduais e Federal e para a operação eficaz (que é um conceito muito diferente de uma mera operação eficiente).


Em conclusão, em vez de Planejamento Estratégico, a Estatal cometeu "Esquecimento Estratégico".


Quem vai pagar essa conta??


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