Blog de análise do mundo contemporâneo, nos aspectos econômico, social, cultural e tecnológico
quinta-feira, 30 de agosto de 2012
quarta-feira, 29 de agosto de 2012
O despreparo dos ministros do STF!
Vale destacar os tropeções dos ministros da Corte Suprema brasileira neste julgamento do chamado "mensalão", como o fez o grande jornalista Janio de Freitas na Folha de 28/08.
Não preciso nada mais do que transcrever alguns trechos do seu excelente artigo, como a seguir, para alertar e demonstrar que o maior problema do país não é ideológico ou programático, político ou técnico. O maior problema do país é a sua incompetência e o seu despreparo, qualquer que seja o tópico em análise.
"A confusão inesgotável que foram os votos dos ministros Rosa Weber e Luiz Fux, durante as duas horas e meia mais longas entre todas as horas de 15 sessões desse julgamento, foi mais do que exaustiva. Foi de afastar, para sempre, todo espectador que não tivesse o dever funcional de submeter-se à exasperação."
"Os dois não falaram nem para os outros "especialistas" que são os seus colegas: mesmo o presidente do STF, Ayres Britto, de cuja inteligência e conhecimentos jurídicos ninguém duvidaria, precisou de esclarecimentos adicionais para anotar o que, afinal, seriam os votos."
"Pode ser que haja alguma razão cabalística para que alguns ministros tenham o voto por escrito, mas, em vez de lê-lo, passem a descrever durante horas, pelo modo mais tortuoso, o que abordam em suas redações."
"Esses mesmos ministros não sabem ler o que escreveram com suas equipes. Tropeçam nas palavras e brigam com as frases quando precisam ler um trecho. Bem que podiam ensaiar um pouco."
domingo, 26 de agosto de 2012
Sobre segurar obras!
A manchete da Folha causa espécie!
Governo não precisaria criar estatal para segurar obras.
Já vem, com muita competência, "segurando" obras.
Vejam abaixo.
sexta-feira, 24 de agosto de 2012
Confronto de velocidades: China x Brasil
Para darmos uma idéia do que é velocidade para a China e do que é para o Brasil, basta ilustrarmos com o caso da Exportação de Bens e Serviços (em dólares correntes, dados do World Bank):
Em 1982, ambos os países estavam no mesmo patamar, exportando praticamente igual montante (algo como US$ 22 bilhões).
Em 2011, o Brasil exportou US$ 294 bilhões, isto é, 13 vezes mais. E a China? Bem esta exportou simplesmente US$ 1.753 bilhões ou 80 vezes mais!!
Em resumo, eles fizeram em 30 anos o que talvez demoremos 144!
Quando eles falam em Reforma Tributária, eles fazem! Não ficam empurrando com a barriga para o governo seguinte! Vejam acima a nota de Robin Bew, editor do Bureau de Inteligência da Revista Economist: já no mês que vem, um piloto de tributação mais avançada (baseado em Valor Adicionado) será levado para Beijing.
O objetivo da nova tributação? Não, não é aumentar a arrecadação e fazer a "farra do boi" nas despesas governamentais, como aqui! O objetivo é fortalecer o mercado interno!!
Enquanto isso, por estas bandas, para julgar o tal mensalão, os ministros do STF, cujos salários são pagos pelo contribuinte, se perdem em discussões intermináveis, votos de 1000 páginas e guerras de vaidades!
quarta-feira, 22 de agosto de 2012
China x Japão
Para registro, comentamos há dois dias neste blog sobre a tensão "China x Japão" e sua possível progressão em escala geométrica.
Gideon Rachman fala sobre isso hoje, no seu blog no Financial Times. Enxerga inclusive a possibilidade de envolvimento do US.
Também acentua que, segundo o especialista Graham Allison, é possível, e até mesmo provável, ao longo dos séculos, que um poder emergente acabe em guerra com o establishment (país ou grupo de países até então hegemônicos).
Vamos procurar acompanhar mais de perto.
terça-feira, 21 de agosto de 2012
Divergências seculares
Ao lado, uma nota publicada no Valor de hoje, sobre tensão entre China e Japão.
Assinalo que isso tem força para crescer em escala exponencial. As divergências não são nem pontuais, nem tampouco recentes. São seculares!
O que é novo é o crescimento do poder chinês. Uma de suas manifestações é o nacionalismo, habilmente manobrado pelo governo e buscando resgatar o orgulho nacional, ferido por várias vezes nos últimos 2 séculos.
De resto, outros países da região (Mar da China) também têm pendências a resolver, entre si e com China e Japão.
A conferir.
quinta-feira, 16 de agosto de 2012
De novo, a questão do falso dilema!
Mais uma vez, assinalamos que a verdadeira questão não é se o STF fará um julgamento político ou técnico.
Esse é um falso dilema.
A verdadeira questão é se o STF é capaz de fazer um julgamento com competência ou não.
Vejam ao lado notícia a respeito no Estadão de hoje.
quarta-feira, 15 de agosto de 2012
O colapso do Euro!
A excelente Der Spiegel não deixa por menos: bancos, empresas e investidores estão se preparando para o colapso do Euro!
Meu feeling diz que um problema desse tipo pode ocorrer entre a 2a.quinzena de setembro e dezembro.
A conferir!
segunda-feira, 13 de agosto de 2012
Montadoras descobrem a pólvora!!
No Estadão de hoje, vejo o título de matéria "Excesso de automóveis já preocupa montadoras".
Mais adiante, no texto: Na semana passada...o especialista em trânsito e professor da universidade
alemã Duisburg-Essen, Michael Schreckenberg, esteve em São Paulo para ver de perto a situação do trânsito na cidade. Na manhã de terça-feira, ele percorreu junto a reportagem do Estado, algumas das principais rotas de congestionamento: Marginal Pinheiros, Elevado Costa e Silva,Radial Leste, 23 de Maio e a região da Luz, alvo do projeto que será apresentado na Alemanha em outubro.
Das várias megacidades que conheceu — entre as quais Tóquio, Moscou, Londres, Paris, Seul e Nova York —, São Paulo foi a que mais chamou a atenção do especialista pela escassez de transporte público eficiente.
“Há locais com trânsito até mais caótico, mas não vi outra metrópole que dependa tanto do deslocamento em automóvel como São Paulo”, diz Schreckenberg.
Mas que sagacidade a do especialista!! Como ele conseguiu descobrir isso??
domingo, 12 de agosto de 2012
Greve e o pós-eleições 2012.
No PT, cada vez mais, afastam-se "sindicalistas" e "oriundos da luta armada".
Após as eleições 2012, vejo rompimento entre a "companheira" e o "companheiro", e uma possível volta de Dirceu ao governo. A acompanhar.
(ao lado, matéria no Valor deste final de semana)
sexta-feira, 10 de agosto de 2012
São os japoneses bons estrategistas?
Se os brasileiros consumirem todos os carros que os japoneses acham que nós vamos consumir, como ficarão as nossas rodovias e cidades?
Estas, em particular, têm a pior organização espacial e a pior manutenção do planeta.

De fato, ruas estreitas, péssimos traçados, adicionados à"inteligência" dos departamentos de trânsito tupiniquins!

Fora os buracos. Sobre estes, curiosamente, sempre ocorrem "obras" de recapeamento que nunca resolvem. Daí a um ano ou menos, é necessário "refazer" a obra. Por que será?
Voltando ao ponto inicial, suspeito que os japoneses não sejam bons estrategistas! Devido ao yen valorizado, eles procuram deslocar a produção para outros países. Mas estão vindo com muita sede ao pote no caso do Brasil, como se tivessem acabado de descobri-lo. Seria melhor mais cautela por parte deles.
(ao lado, matérias a respeito no Valor e na FSP)
quinta-feira, 9 de agosto de 2012
Toyota: boa aposta?
Mais que vir para o Brasil, a Toyota entende que precisa sair urgente do Japão: o ien valorizado prejudica suas exportações a partir daquele país.
Então, trata-se de uma decisão estratégica. Mas será que é uma boa decisão? Aqui a Toyota ficará (mais do que já está) à mercê de altos tributos e encargos, falta de infraestrutura adequada e tudo o mais.Veremos.
(ao lado, matéria no Valor de hoje)
terça-feira, 7 de agosto de 2012
Mais um falso dilema!
Como bem assinala HÉLIO SCHWARTSMAN na FSP de hoje, essa história de julgamento técnico ou político para o Mensalão é "conversa pra boi dormir", sendo também um falso dilema.
A sociedade brasileira tem doutorado em discutir idéias a partir de premissas erradas e com abordagens erradas, passando pela tangente das reais questões.
O que ninguém discute é se a tal "técnica" garante de fato Justiça. As leis no Brasil não são justas ou legítimas, por várias razões: anacronismo, falta de clareza, ambiguidades etc.
Se, por exemplo, a denúncia não for bem fundamentada pela Promotoria (como já ocorreu muitas vezes, inclusive no caso Collor), ficam à disposição dos advogados e juízes envolvidos uma série de artifícios para que a "técnica" prevaleça e, em decorrência, um certo arranjo "político" se estabeleça.
Então os doutores do Supremo, mesmo que quisessem, não conseguiriam, baseados na técnica disponível no Direito brasileiro, fazer um julgamento JUSTO.
Mal conseguem eles se organizar para tornar a sua atividade objetiva e eficiente, perdendo-se em discussões inúteis e valendo-se de "macetes" do regimento para, caso a caso, apressar, atrasar, complicar o andamento dos procedimentos.
Por outro lado, a sociedade (imprensa incluída) fica detida em "analisar" falsos dilemas, em decorrência o tempo passa e as coisas não mudam.
Enquanto o descrito acima não for percebido como a real questão, continuaremos andando em um circuito perverso. Como já afirmei várias vezes, o maior problema brasileiro é o de MENTALIDADE.
domingo, 5 de agosto de 2012
Barril de pólvora!!
Mesmo sem fazer uma análise aprofundada, é possível ver o tamanho do enrosco em que a Petrobrás se meteu, decorrente única e exclusivamente de suas próprias ações ao longo do tempo.
Na sua estrutura organizacional, além de outras, há duas áreas importantes: 1) a de Exploração e Produção de óleo bruto; 2) a de Abastecimento, que assegura o suprimento de combustíveis para o mercado interno.
Enquanto a primeira teve resultado positivo no 2o. trim deste ano, de R$ 10,7 bi (e de certa forma prejudicado pela queda do preço do barril no mercado internacional), a segunda teve forte prejuízo (R$ 7,0 bi), neutralizando quase que totalmente o esforço da primeira área.
Por quê?
Porque a Petrobrás não tem estrutura própria de refino suficiente para atender o aumento da demanda de combustíveis observado nos últimos anos, o que a obriga a importar gasolina (cerca de 15% do que coloca à disposição do mercado interno), diesel e, pasmem, inclusive álcool (cuja produção ficou "a cargo" do setor privado, que acabou não investindo o planejado, principalmente em razão da crise mundial a partir de 2008)!
Como o Real se desvalorizou em relação ao U$, essa conta ficou explosiva, gerando o prejuízo citado.
O mais espantoso é ver que a Estatal parece ter deixado de se preocupar com refino de gasolina, não inaugurando nenhuma refinaria por mais de 30 anos (isso mesmo, desde a época do Governo Figueiredo!).
A duras penas, não se sabe quando, deve entrar em operação a Refinaria Abreu e Lima, a um (módico) custo três vezes maior que similar internacional. (ver matéria ao lado, Estadão de hoje)
Isso configura uma total inépcia para o raciocínio estratégico (e principalmente de contingência), para a articulação de ações com os Governos Estaduais e Federal e para a operação eficaz (que é um conceito muito diferente de uma mera operação eficiente).
Em conclusão, em vez de Planejamento Estratégico, a Estatal cometeu "Esquecimento Estratégico".
Quem vai pagar essa conta??
Os macaquinhos e as prioridades do Governo.
Prioridades do Governo parecem saltar de galho em galho, como os macaquinhos no parque.
Mais um exemplo do imediatismo brasileiro, nosso maior problema!
(ao lado, matéria na FSP de 04/08)
Segredos da retórica
Leio o interessante livro de Sam Leith, "You talkin' to me" que estuda e sistematiza a retórica desde Aristóteles até os dias de hoje.
Classifica e detalha os componentes da mesma, em várias abordagens, e nos ajuda, de várias formas, a decodificar o discurso do poder.
Também, e indiretamente, a leitura nos dá ciência da absoluta falta de grandes líderes nos últimos 30 anos. O que por consequência nos leva a entender melhor a crise atual do mundo ocidental, que sofre da doença já crônica da falsa liderança ou liderança ma non troppo.
sábado, 4 de agosto de 2012
Sobre Joseph Stiglitz
Pode-se discordar de Stiglitz, mas não se pode tirar-lhe o mérito de ter, já em 2001, revelado com maestria toda a retórica da farsa do banco central independente, metas de inflação etc., perpetrada pelo ideólogos da comunidade financeira internacional.
Vejam o trecho a seguir, extraído do Prefácio escrito por ele, no célebre livro de Karl Poianyi, The Great Transformation (Boston: Beacon Press, 2001):
"We tell developing countries about the importance of democracy, but then, when it comes to the issues they are most concerned with, those that affect their Iivelihoods, the economy, they are told: the iron laws of economics give you little or no choice; and since you (through your democratic political process) are likely to mess things up, you must cede key economic decisions, say concerning macroeconomic policy, to an independent central bank, almost always dominated by representatives of the financial community; and to ensure that you act in the interests of the financial community, you are told to focus exclusively on inflation - never mind jobs or growth; and to make sure that you do just that, you are told to impose on the central bank rules, such as expanding the money supply at a constant rate; and when one rule fails to work as had been hoped, another rule is brought out, such as inflation targeting."
quarta-feira, 1 de agosto de 2012
Soja, milho e trigo preocupam!
Devido à seca no Meio-Oeste dos EUA, a produção de milho será menor em pelo menos 80 milhões de toneladas.
Para a soja, os riscos são igualmente importantes.
Os gráficos à direita mostram a evolução de preços de milho, soja e trigo no mercado internacional, nos últimos 12 meses. Neles se vê a absurda elevação de preços da soja, desde o início do ano, e do milho e trigo, mais pronunciada nos últimos dois meses.
Fundos especulativos (hedge funds) atuam nesses mercados, complicando ainda mais a situação e o reconhecimento das dimensões reais do problema.
Se não houver uma atenuação ou reversão desse movimento, a consequência será uma "agroinflação mundial", prejudicando principalmente países em desenvolvimento e suas populações carentes.
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