domingo, 11 de agosto de 2013

Celebração?



No exterior e no Brasil, celebração!


Há poucos dias, na coluna de Elio Gaspari (FSP), apareciam coisas como: "Grande dia na história da imprensa"; "Dono da Amazon comprou o Washington Post e se fizer com ele o que fez com os livros, começou a festa".



Menos!! A prudência recomenda ir devagar com o andor....


Entre os incríveis negócios de Bezos, há a Divisão de Cloud Computing (computação nas nuvens), ou Amazon Web Services.


Operando desde 2006, essa divisão já atua em cerca de 190 países e tem milhares de clientes. Segundo a Morgan Stanley, faturou US$ 2 bi em 2012, valor que pode chegar a US$ 24 bi em 10 anos.


Entre esses clientes, há um peso-pesado: o governo americano. A Amazon já trabalha para cerca de 300 agências do governo: Depto de Saúde, Depto do Tesouro etc.


E , como não podia deixar de ser, tem (ou está em vias de ter) contratos de grande envergadura com as agências de segurança e espionagem americanas.Em particular, um recente, da CIA, disputado por Amazon e IBM, vale US$ 600 milhões.


Só esse contrato é quase 2,5 vezes o valor pago pelo Washington Post (US$ 250 milhões).


Então, muitas questões emergem. Os conflitos de interesse podem ser inúmeros. Será possível ao Post conservar sua isenção e repetir façanhas como nos casos Watergate e, mais recentemente, Snowden (este em conjunto com The Guardian)??


Também pode o maior varejista virtual do mundo — detentor de dados cadastrais (inclusive  confidenciais de cartão de crédito), e de preferências de milhões de clientes, mundo afora — ser, ao mesmo tempo, detentor de grandes contratos com a comunidade de informações??

Ao lado, matérias no Estadão (06/08) e Valor (13/06 e 07/08).

domingo, 4 de agosto de 2013

Mais uma vez, o Brasil na contramão da história....

Em excelente artigo (FSP, 29/07/2013), Roberto Rodrigues demonstra claramente os riscos para o Brasil, decorrentes do Acordo de Livre-Comércio Estados Unidos - União Européia, cujos estudos para criação já se iniciaram no mês passado.


Esse acordo, por gerar uma profunda modificação nos padrões atuais do comércio agrícola, deve afetar diretamente o Brasil Agro.
Alguns trechos:
- "E não são só (a nos afetar) as concessões tarifárias (ou até mesmo  a completa liberação de tarifa): temas como patentes, denominações de origem, medidas sanitárias e fitossanitárias, padrões de bem-estar animal e outros mudam radicalmente o cenário atual. E tem mais: aquecimento global, emissão de gases de efeito estufa e o velho tema do ambiente ou da sustentabilidade também podem surgir como novas barreiras não tarifárias, ajudando a perturbar ainda mais as relações comerciais na agricultura".
- "Mas 23% das nossas exportações do agro vão para a Europa, e competimos com os americanos em soja, carnes, produtos florestais e açúcar. Podemos perder posição. E para os Estados Unidos vão 7,3% do total exportado pelo Brasil, inclusive café (é que a União Europeia vende café torrado e moído para eles). Enfim, há riscos no horizonte e precisamos estar atentos".


Agora o Brasil avalia como reagir. É o problema de sempre! Depois de ser atropelado, pensa de que forma pode reagir. As "mentes periféricas" do governo brasileiro não sabem se antecipar ou enxergar estrategicamente. E quando buscam fazê-lo, erram no diagnóstico, no planejamento e na execução. Complicado!