domingo, 28 de outubro de 2012

A cultura dos artifícios e manipulações

Na Folha de hoje, o jornalista Jânio de Freitas retrata muito bem um tema sobre o qual já falamos aqui: a absoluta desorganização, falta de visão, falta de método e até uso de artifícios a caracterizar a ação da mais alta corte brasileira.
E se é assim no Supremo, imagine no resto!


Não venham os partidários de uma ou outra corrente política dizer que isso é uma exceção, que se trata de perseguição política, porque não é. É desorganização mesmo!


Reflexo do que? Ora! Da própria cultura brasileira: Grandes idéias, conceitos avançados, discursos eloquentes, todos os envolvidos aparecendo bem na foto,  mas execução de 5a. categoria!!


Não é só no governo e nos outros poderes, não: também na vida privada é assim (basta assistir a uma reunião de condomínio!). Um total esculacho!


Em muita coisa importante, o Brasil se esquece de que não é mais uma colônia!
Continua a raciocinar como uma, portuguesa por sinal, o que francamente não ajuda em nada! O problema do país não é ideológico ou partidário. É de incompetência mesmo!! Generalizada e em todos os níveis!


A propósito, enquanto escrevia este post, fui interrompido por várias quedas de energia. É a ocorrência de no. 70 (contagem aproximada), só neste ano de 2012, e aqui no quarteirão, na maior cidade do país. Desta vez por quase duas horas. Basta dar uma chuva e os transformadores da região começam a explodir. Mais um sintoma do que falamos acima.





quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Evoluem as aspirações dos chineses.

Com a desaceleração da economia, há, nas grandes cidades, enormes contingentes de recém-formados em busca de emprego.


Começa a despertar interesse a carreira de servidor público.


O Financial Times de hoje fala na esperada inscrição para qualificação de mais de 1,5 milhão de pessoas.


Vamos acompanhar.



domingo, 21 de outubro de 2012

A sensacional ideia de Anatole Kaletsky!


O Prof. Belluzzo apresentou, em excelente artigo, como sempre, na revista CartaCapital (17/10), a sensacional ideia de Anatole Kaletsky, ex-editor do Times de Londres e hoje na Reuters, resumida abaixo.


Quem acompanha, sabe que o quantitative easing do Dr. Bernanke não resolve, apenas compra tempo.


 O seu "modelito" é disponibilizar recursos muito baratos (e quem acaba pagando por isso é o contribuinte) no mercado de títulos, para que os bancos financiem a produção e o crédito, reativando a economia. 


Só que os bancos não costumam fazer isso, preferindo liquidar seus recursos mais caros, substituindo-os pelos novos, mais baratos. Com isso, eles acabam até diminuindo de tamanho, mas saem de situações de muito risco, em que hoje estão mergulhados.


"Imagine”, diz Kaletsky,"o Federal Reserve decidir usar os 40 bilhões, agora destinados ao mercado de títulos, para depositar todos as meses 130 dólares nas contas das familias e das empresas até que a economia se aproxime do pleno emprego... ".


É uma idéia simplesmente genial! Mas há muita resistência em aceitá-la, nos meios políticos, da administração pública e grupos de lobby. É necessário que toda a sociedade civil, em nível internacional (sim, porque a dimensão do problema é planetária), se conscientize disso e se mobilize no sentido de espalhar a sua implementação em todas as áreas em crise, zona do euro inclusive.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

sábado, 6 de outubro de 2012

Nem todos se beneficiarão de um reequilíbrio chinês!

No jornal Valor de 13/09, Michael Pettis faz uma brilhante análise sobre o futuro da China e suas consequências.

O Professor sabe do que fala: além de sua reconhecida competência, passa lá boa parte do seu tempo.

Destaco alguns trechos do seu texto:

1) O crescimento econômico chinês está perceptivelmente em desaceleração...A maioria dos analistas não acredita nos dados oficiais. O crescimento do uso de energia e o consumo de energia elétrica neste ano ficaram entre inalterado e negativo, sugerindo que o crescimento real da economia chinesa é substancialmente menor do que indicam os números oficiais. Alguns economistas argumentam que o crescimento real da China pode ter ficado na metade das taxas oficiais;

2) Os níveis de endividamento aumentaram drasticamente e há muitos anos o investimento não gera mais retorno suficiente para cobrir o serviço correspondente da dívida. Os investimentos, porém, têm sido a única fonte importante de crescimento há 30 anos. A China defronta-se com o problema de que mais investimentos produzirão uma crise de endividamento, e menos investimentos resultarão em redução acentuada do crescimento;

3) O crescimento bem mais rápido do consumo deverá ajudar a resolver o problema, mas sendo a participação do consumo chinês no PIB pouco superior a metade da média mundial, levará muitos anos para que o consumo possa crescer suficientemente para substituir o investimento como motor de crescimento da economia;

4) A chave para aumentar o consumo é aumentar a participação da renda familiar no PIB, que é muito inferior à de qualquer outra economia no mundo. Elevar a parcela de renda familiar no PIB requer aumentar os salários na China, valorizar o yuan e, o mais importante, reduzir o imposto oculto que as famílias implicitamente pagam às instituições que lhes tomam dinheiro emprestado a juros artificialmente baixos;

5) Infelizmente, a taxa de crescimento dos investimentos chineses precisará cair durante muitos anos, antes que a participação da renda familiar no PIB seja suficientemente elevada para que o consumo substitua o investimento como motor do crescimento;

6) ...o que a economia mundial necessita da China não é maior crescimento do PIB, porém mais demanda líquida. O reequilíbrio chinês proporcionará exatamente isso, apesar de que, de início, será difícil baixar a taxa de poupança tão rapidamente quanto a taxa de investimentos. Isso implica que o superávit comercial chinês provavelmente crescerá durante um ano ou dois, antes de começar a cair, e assim contribuirá para o crescimento mundial;

7) Mas nem todo mundo se beneficiará de um reequilíbrio chinês. À medida que a China reduzir a taxa de investimentos, os preços das commodities minerais deverão cair acentuadamente. Isso é bom para a maioria dos países, mas irá impactar negativamente países produtores como a Austrália e o Brasil, que “engordaram” devido ao excessivo investimento chinês;

8) Os preços de uma série de metais já caíram drasticamente, refletindo preocupações diante da desaceleração do crescimento chinês, mas ainda há um longo caminho descendente para as cotações....os produtores de commodities em todo o mundo não parecem ter acompanhado o debate na China tanto quanto deveriam. Em minhas discussões com altas autoridades nos setores de commodities no Brasil, Austrália, Peru, Chile e até mesmo na Indonésia, parece-me que muitos produtores não estão cientes de quão dramaticamente o consenso mudou nos últimos dois anos na China. Eles não entenderam a profundidade dos problemas estruturais chineses e como Pequim agora se preocupa com isso. A preocupação no âmbito da elite chinesa pode ser mais bem exemplificada pelo crescimento extraordinário da fuga de capitais da China desde o início de 2010.


quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Automation coming!

Olha aí, pessoal! É a automação chegando! (Financial Times de hoje).


É uma onda muito forte! 

Daqui a 10 anos, o desemprego poderá ser um problema mundial.


O texto ao lado diz que as empresas na China estão sendo forçadas a buscar a automação, por escassez de mão-de-obra! Acho que a história não é bem essa. 

Dizer que "está sendo forçado" é só um jeito politicamente correto de passar a ideia.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

A equação não está fechando!

É o que falávamos no post de 30/09.


Corporações buscam produtos cada vez mais sofisticados.


De outro lado, o desemprego tende a crescer, seja pela crise, seja pela automação, que vem forte.


A equação não está fechando!

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Ambivalência americana

No Financial Times (01/10), matéria sobre a ambivalência americana com relação a investimentos chineses no seu território.


Seria apenas um movimento eleitoral o bloqueio do Presidente Obama ao investimento de uma companhia chinesa no Oregon, alegando questões de segurança nacional?


Ou seria uma atitude americana mais consistente, elevando as tensões entre as duas potências?

Vamos acompanhar.